(Excerto de um texto
publicado no
No Mundo. Deixo aqui a parte que interessa ao Nafarricos.)
"Comprei
Mathew Brady — An Historian with a Camera, de James B. Horan, na Strand de Nova Iorque, uma livraria de sonho onde podemos encontrar álbuns de fotografia novos a preço de terceira ou quarta mão. Foi lá que também encontrei outras semi-preciosidades (ah, se fossem primeiras edições!), tais como
A Guide to Better Photography, de Berenice Abbot (1947, primeira edição de 1941), e o célebre
The Negative, de Ansel Adams (1955, primeira edição de 1948). Este
Mathew Brady — An Historian with a Camera parece ser uma primeira edição, mas não tem o estatuto que têm os livros de Abbot e Adams. Mas é bom livro, que nos conta a história da vida de Mathew Brady, o grande retratista da América, um homem que nos deixou um legado inestimável, e que arriscou tudo, depois de uma consagrada carreira, para retratar a Guerra Civil americana. Sem os milhares de negativos de Brady seríamos muito mais pobres e ignorantes. Infelizmente, o trabalho de Solomon Nunes Carvalho, um judeu de ascendência portuguesa que trabalhou com Mathew Brady, não teve a mesma sorte. Carvalho atravessou o Oeste selvagem (1853-54) com uma câmara, e conta-se que edificou um trabalho épico. Tudo se perdeu num incêndio e Solomon Nunes Carvalho, que esteve perto de figurar na anais da História da Fotografia, acabou por resignar-se a ser nota de rodapé."
Mathew Brady, Lincoln, 1864
Carlos Miguel Fernandes