23.1.08

O Grupo IF

Descobri estes comentários do Manuel Magalhães ali em baixo, no texto sobre o Grupo IF. O Manuel Magalhães fez parte do Grupo e encontrou a nossa referência por acaso(?). É por coisas como esta que vale a pena ter um blogue. Destaco a informação: uma exposição do Grupo IF será inaugurada no dia 18 de Maio de 2008 no Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto!

Foi com enorme surpreza e simultaneamente com um certo contentamento que encontrei esta referência ao Grupo IF (ideia e forma), de que fiz parte e que até certo ponto aindo faço parte. É verdade, que o José Carlos Principe está nos Estados Unidos, como professor e investigador numa universidade americana, aliás, parece, que com grande sucesso em novissimas áreas do conhecimento. O Manuel de Sousa, já faleceu. Todos os outros estão vivos, felizmente e um novo elememento - António Drummond - veio a fazer parte do IF, na sequência do desaparecimento do Manuel de Sousa.
Pela parte que me diz respeito, ao longo de alguns anos de inactividade do Grupo (que vai reaparecer com uma exposição, no próximo ano que será inaugurada no dia 18 de Maio de 2008 no Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto), tenho continuado a fotografar, a expor, consegui editar um livro (ALBUM 1973-2003), e de uma forma geral tenho estado sempre ao corrente do que se vai fazendo na área fotográfica, quer em Portugal quer no estrangeiro. De uma forma geral os elementos que foram/são do Grupo IF continuam a viver e na sua maioria a fotografar, a expor, etc.
Para quem estiver interessado, pode aceder ao meu website http://mmagalhaes.com (peço desculpa, por em algumas partes escritas a clareza da redacção não ser perfeita, mas o site foi desenhado e está sediado no estrangeiro e por vezes houve falta de uma perfeita coordenação e compreensão!!!), onde poderá encontrar algumas das fotografias que fiz e até certo ponto, continuo a fazer. O Luís Abrunhosa, por questões de saude, abandonou a actividade fotográfica. O João paulo Sotto Mayor e o José Marafona, continuam como eu a fotografar, expor, etc. O Henrique Araujo, que regressou, também continua a fotografar!


Grupo IF (ideia e forma) convidado a expor no Museu Soares dos Reis, no Porto.
Fundado em 1976 foi durante anos a maior referência de fotografia colectiva em Portugal. Realizou 11 exposições, na sua maioria de carácter interventivo e contendo na sua essência uma grande visão crítica e satírica da nossa sociedade.
Foi convidado já no século XXI para expor trabalhos seus em Serralves e excertos de vários dos seus conjuntos na galeria da Biblioteca Almeida Garrett "Um dia no Museu" constituirá a sua abordagem às diversas vivências que constituem esse pequeno universo que dá o nome à própria exposição.
A inaugurar em 18 de Maio--Dia Internacional dos Museus, estará patente ao público na sala de exposições temporárias até Agosto.
Integram este trabalho: António Drummond, Henrique Araújo, João Paulo Sotto Mayor, José Marafona e Manuel Magalhães

16.1.08

Apph

(Vou copiar descaradamente o texto do Sérgio B. Gomes, porque não há nada a acrescentar, e porque posso assumir o discurso na "primeira pessoa": sou também um dos sócios fundadores da Associação Portuguesa de Fotografia.)

Foram eleitos no domingo os órgãos sociais da Associação Portuguesa de Photographia (APPh), associação da qual fui um dos fundadores e da qual faço parte.A estrutura da APPh ficou distribuida assim:

Direcção
presidente: António Barreto (sociólogo, coleccionador, fotógrafo)
vice-presidente: Vitória Mesquita (chefe da Divisão Documental Fotográfica do Instituto Português de Museus)
secretário-geral: Ângela Camila Castelo-Branco (documentalista da RTP, coleccionadora)

Assembleia-Geral
presidente: José Pessoa (funcionário da Divisão Documental Fotográfica do Instituto Português de Museus)
vice-presidente: Alexandre Ramires (professor, coleccionador, investigador)secretário: António Faria (coleccionador)

Conselho Fiscal
presidente: João Clode (médico, coleccionador)
vice-presidente: Madalena Lello (gestora, divulgadora)
vogal: Carlos M. Fernandes (professor, fotógrafo)

António Pedro Vicente (historiador, professor e investigador) e João Loureiro (jurista) são os restantes sócios-fundadores.Os primeiros projectos a realizar pela APPh estão ainda em plena ebulição, mas aqui fica a letra aprovada nos estatutos que pretende muitas coisas, menos ser letra morta:


Art. 2.º
A APPh., sem propósitos de especulação comercial nem fins lucrativos, tem como objectivos o estudo histórico e o progresso científico e artístico da fotografia nas suas implicações técnicas, históricas e sociológicas e aplicações científicas e artísticas, designadamente:
a) A investigação sociológica e histórica da imagem fotográfica; a memória fotográfica e a sua preservação, tendo também em conta as novas tecnologias (digitais) e o que tal implica; a aplicação de métodos de inventariação e catalogação com base nas ciências documentais; a investigação estética e artística inclusivamente na fotografia contemporânea.
b) Contribuir para o esclarecimento da importância da fotografia na memória colectiva, nomeadamente a sua componente sociológica e o seu lugar nas ciências documentais.
c) Dignificar o património fotográfico nacional, apoiando iniciativas com o mesmo fim e combatendo energicamente as arbitrariedades, o desleixo e o abandono do património fotográfico nacional.
d) Estimular organização de uma biblioteca e centro de documentação que se proponha a execução de biografias e a recolha de documentação actual dos agentes da fotografia em Portugal (fotógrafos, investigadores, historiadores, etc.), com preocupações futuras.e) Organizar exposições, cursos, conferências, colóquios e consultoria.
f) Contribuir para o fomento do ensino da fotografia em todos os níveis e graus de ensino.

6.1.08

Telegram

Faltam poucos dias para a inauguração da segunda exposição da Galeria P4Photography. É na quinta-feira, dia 10 de Janeiro, pelas 19 horas. Chama-se Telegram e mostra-nos 14 imagens de Filipe Casaca e Nuno Direitinho, seleccionadas, sequenciadas e "emparelhadas" pela equipa da P4. Tal como aconteceu com Atlas, será editado um livro para complementar a exposição (50 exemplares numerados). O texto escrito para esse livro está pronto e podem lê-lo aqui em baixo (há ainda uma contribuição do António Júlio Duarte). Seguindo a política da casa, foi escrito em inglês. Se houver tempo faremos uma tradução.
(Quem ainda não visitou Atlas tem agora poucos dias para o fazer.)

Leaving and Returning Home

The first thing God created was the journey; then came doubt and nostalgia. With this sentence, Theo Angelopolous summarizes one of the founding epics of western civilization. With the Trojan War over, Ulysses was ready to return to Ithaca but a sequence of unexpected events kept him away from home for another ten years. After many stops and incidents, Ulysses reached Ogygia island. There he became Calypso’s lover and her prisoner. Despite promises of eternal life, despite being attracted to Calypso, and even though he happily shared her bed, Ulysses never forgot Ithaca and mourned every day for his lost home and family. After seven years of confinement, not yet convinced of Calypso’s love and by Ogygia’s vita beata, Ulysses was free to leave the island and return to Ithaca. Between a pleasant life at Ogygia and a dangerous journey back home, Ulysses chose home. As Milan Kundera wrote, Instead of the passionate exploration of the unknown (the adventure), he preferred the apotheosis of the familiar (the return). Instead of the infinite (because any adventure is supposed to go on forever), he preferred the end (because returning home is a reconciliation with life’s finitude).

When Francis Frith captured the exotic ambience of Middle East lands in his celebrated albumen prints, the journey became one of photography’s central themes. If the portrait was sought as a way of keeping and remembering the faces of loved ones (or simply lost youth), travel photos were artifacts that astonished the cosmopolitan citizens of the world centers of the photographic art: London, Paris, New York, Boston. In some countries, due to their geographic situation, history and culture, photographers engaged more seriously with the journey’s theme. English photographers like Frith took advantage of their country’s presence in the Middle East to record powerful images of the mythical civilizations that had flourished on the rich eastern Mediterranean lands. The United States, with its overwhelming and wild open spaces, saw the birth of landscape photography, via the eyes of such artists as Carleton E. Watkins, Timothy O’Sullivan or the Portuguese jew Solomon Nunes de Carvalho, amongst many others. (Later Ansel Adams reclaimed those pioneers’ inheritance). In the 20th century, Walker Evans, Robert Frank and Lee Friedlander followed the same trails, but this time they did it by car. Finally, if there is such a thing as a Portuguese photography, the journey is undoubtedly its core.

Filipe Casaca and Nuno Direitinho belong to a generation that grew up in an age when travelling is no longer a luxury, but became another middle-class conquest, instead. The world has become smaller: everyone is connected by broadband internet and mobile phones. Remote places became easily accessible and Ulysses’ anxiety and long journey back home do not make sense any longer. Homesickness, nostalgia, saudade: these feelings have not vanished from humanity’s soul; but they are now more easily appeased.

Does this mean that the journey that began in the sands of Egypt is over? Maybe it is over or maybe not. The two defining pictures of the pyramids in Paulo Nozolino’s Penumbra show that the world is infinite and that only the spectators’ imagination and creativity may end.

Photography has not returned home. It is just the concept of home and private space that have expanded their limits. Telegram moves along this blurred borderline, showing us not only the dialogue between the authors’ images, but also their engagement with this contemporary and broad sense of home.