Decorriam os primeiros anos da década de cinquenta quando foram dados os primeiros passos no sentido da criação daquele que é agora o Núcleo de Arte Fotográfica da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico. Inicialmente, com sede no pavilhão de Química, no NAF estudavam-se os fenómenos mais técnicos da formação de imagens em sais de prata. Desde então, o nosso Núcleo foi evoluindo, passando por diversas fases que acompanharam o desenvolvimento da fotografia e, sobrevivendo a cinco anos de caos estudantil pós-revolucionário, manteve-se firme longe dos interesses políticos rumo ao início do século XXI.
A actual Escola de Fotografia do NAF nasceu em 1996 e tem vindo a crescer gradualmente dentro das suas possibilidades não lucrativas. A arte do preto e branco leccionada nos programas dos nossos cursos, mais artesanal face às novas tecnologias digitais, está longe de se esgotar e permite uma aprendizagem bastante mais apurada no que diz respeito à captação da luz. Paralelamente ao ensino técnico, são abordados os objectos mais teóricos e históricos da fotografia que servem de complemento para o desenvolvimento criativo e individual de cada aluno.
A este grupo de fotógrafos, todos formados nos cursos do NAF, foi proposto o desenvolvimento de um projecto individual, embora com um tema comum – A condição feminina. Os resultados estão à vista. De diferentes formas de encarar a fotografia e com a flexibilidade do próprio assunto, acabamos por encontrar cinco trabalhos distintos na sua aproximação. As visões de Sofia Maurício remontam a espaços e tempos incertos, algures entre a vida e a morte, retratam a dor das mulheres ao longo da história, por outro lado, de unhas e dentes bem cravados na vida, as imagens de Inês de Sousa revelam-nos a ternura avassaladora entre mães e filhos durante a fase de gestação e primeiros anos. O método de Matilde Cardoso, sem interferir no objecto fotográfico, captou a cumplicidade entre mulheres anónimas em espaços comuns, na sua forma mais genuína. O jogo de associação de imagens criado por Miguel Oliveira leva-nos para um paralelismo entre a realidade e a sua representação, resultando o conjunto na transformação destes valores noutros diferentes, mas em tudo semelhantes – uma nova realidade e uma nova representação. Por fim, Carla Duarte submete-nos para um universo íntimo de luzes, sombras, indefinições e sugestões que só podem ser completadas por quem as observa – ao primeiro olhar o espectador passa a pertencer a estas imagens.
Paulo Maia
A actual Escola de Fotografia do NAF nasceu em 1996 e tem vindo a crescer gradualmente dentro das suas possibilidades não lucrativas. A arte do preto e branco leccionada nos programas dos nossos cursos, mais artesanal face às novas tecnologias digitais, está longe de se esgotar e permite uma aprendizagem bastante mais apurada no que diz respeito à captação da luz. Paralelamente ao ensino técnico, são abordados os objectos mais teóricos e históricos da fotografia que servem de complemento para o desenvolvimento criativo e individual de cada aluno.
A este grupo de fotógrafos, todos formados nos cursos do NAF, foi proposto o desenvolvimento de um projecto individual, embora com um tema comum – A condição feminina. Os resultados estão à vista. De diferentes formas de encarar a fotografia e com a flexibilidade do próprio assunto, acabamos por encontrar cinco trabalhos distintos na sua aproximação. As visões de Sofia Maurício remontam a espaços e tempos incertos, algures entre a vida e a morte, retratam a dor das mulheres ao longo da história, por outro lado, de unhas e dentes bem cravados na vida, as imagens de Inês de Sousa revelam-nos a ternura avassaladora entre mães e filhos durante a fase de gestação e primeiros anos. O método de Matilde Cardoso, sem interferir no objecto fotográfico, captou a cumplicidade entre mulheres anónimas em espaços comuns, na sua forma mais genuína. O jogo de associação de imagens criado por Miguel Oliveira leva-nos para um paralelismo entre a realidade e a sua representação, resultando o conjunto na transformação destes valores noutros diferentes, mas em tudo semelhantes – uma nova realidade e uma nova representação. Por fim, Carla Duarte submete-nos para um universo íntimo de luzes, sombras, indefinições e sugestões que só podem ser completadas por quem as observa – ao primeiro olhar o espectador passa a pertencer a estas imagens.
Paulo Maia
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