A photographer, Lee, Sang Ill, to show social valuable situation and life emotion of late works formalize ordinary life through coexistence and impact. Also his works to an industrial complex area people of lives explain nature of photography. He appeals a specificity of contemporary art. “in situ”; with emphasizing unique of the place. A talking pictures is an expression of personal with social value and judgment. Moreover it should regard a new to combine rational activities of people and usual value of life.
Thus, he becomes a witness to represent various objectivities. Eventually he is affected by contemporary trends of thought value and politics and seeks photo-realism of lenses as firming documentary with various styles of his photos.
Mas mesmo no estranho texto transcrito em cima, é possível discernir uma estratégia comum nos meios artísticos actuais. Note-se como o autor (o curador da exposição que o livro registou) tenta enquadrar o trabalho de Lee Sang Ill nas correntes da Arte Contemporânea. Olhando para as imagens de Mementomori (e que nos mostram dez anos de trabalho do fotógrafo) encontramos uma linha claramente documental, até num sentido muito clássico do termo. Predomínio do retrato inserido no ambiente do retratado, utilização frequente da grande angular, temas fortes e emotivos. Um estilo que, Sebastião Salgado e World Press Photo à parte, estamos cada vez mais habituados a ver em livros, revistas ou jornais, e não nas paredes de uma galeria. Mas esta passagem de Fotografia para o patamar da Arte Contemporânea, mesmo quando é feita de forma claramente forçada, implica mais um zero na venda de uma peça. A Fotografia move-se entre dois mercados claramente distintos, e estar de um lado ou do outro da barricada só depende da forma como uma obra é promovida, e não do objecto em si. E no mercado encontramos sempre a lei da oferta e da procura.
Carlos M. Fernandes, Seul, 2007
Por isso, ao contrário do que a minha expressão “passagem forçada” pode dar a entender, penso que o curador de Lee Sang Ill faz muito bem quando tenta arrastar um trabalho de carácter marcadamente fotográfico (hoje já não há fotógrafos, há artistas que usam a fotografia!) para um território estranho. Goste-se ou não do estilo, pelo menos injecta um pouco de vida num ambiente que revela sintomas de indolência e superficialidade. A fotografia documental e a fotografia de arquitectura/”paisagem urbana” são talvez duas das grandes forças que podem agitar a Arte Contemporânea, retirá-la deste marasmo, e ao mesmo tempo aliviar a Fotografia das grilhetas que alguns dos seus agentes lhe impuseram. Como diz um amigo, bom entendedor e amante da arte fotográfica como poucos em Portugal, uma “fotografia é apenas um pedaço de papel”. Se desmistificarmos esse pedaço de papel dar-lhe-emos, paradoxalmente, o valor que tem perdido nas últimas décadas. Basta varrer o lixo em redor.
Carlos Miguel Fernandes
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